BOLÃO MATARACA
Não é de hoje que o Corinthians é um time popular. Foram operários do Bairro do Bom Retiro (bairro popular da cidade de São Paulo) que se uniram para fundar um time de futebol, no dia 1 de setembro de 1910, o Sport Clube Corinthians Paulista. A ideia era disputar um campeonato de várzea na cidade, já que o campeonato oficial permitia apenas que times elitistas participassem da disputa.
Em 1913, a Liga Paulista de Futebol – o campeonato oficial – permitiu o ingresso dos times de várzea na disputa do torneio. Nas décadas de 20 e 30, o Corinthians não apenas era considerado um dos grandes times locais, como também conquistara muitos títulos. Ganhou os campeonatos em 1922, 1923, 1924, 1928, 1929, 1930, 1937, 1938 e 1939. Ou seja, o antigo clube de várzea conseguiu nove vitórias nas duas décadas.
Nesse momento o Corinthians já se estabelecia como um grande time, proporcionando treinamento para times de base. No entanto, a década de 40 foi um período de jejum em títulos. Já os anos 50 foram de volta por cima para a equipe: o clube renovou o time, mesclou jogadores experientes com jogadores de base e ganhou muitos títulos: Campeonato Paulista em 1951 e 1952; Torneio Rio – São Paulo em 1950, 1951 e 1952; e a primeira conquista internacional do clube, a Pequena Taça do Mundo em 1953
Após esse período de conquistas, seguiu mais um longo período de jejum, mesmo com Garrincha passando pelo clube, e com Rivellino se tornando ídolo no Corinthians. No entanto, em 1977 o Corinthians voltou a conquistar o Campeonato Paulista, auxiliado pela contratação de Palhinha. Logo em seguida, o Timão contratou Sócrates e Biro-Biro, jogadores que fizeram parte de um momento histórico de todo o futebol brasileiro.
O início da década de 80 foi terrível para o Corinthians. Tanto que a diretoria e o presidente do clube na época, Vicente Matheus, foram afastados. O novo presidente do clube escolheu Adilson Monteiro Alves, sociólogo, como diretor da parte de futebol do clube, que tinha o hábito de ouvir as opiniões dos jogadores.
Todo esse contexto serviu para alicerçar a Democracia Corinthiana. Com dois jogadores extremamente politizados – Sócrates e Wladimir -, todas as decisões referentes ao futebol profissional eram tomadas coletivamente, por votação, de modo a respeitar a vontade da maioria. A tomada de decisões era definitiva, abrangendo desde o tempo e o local das concentrações até quais seriam as novas contratações para o clube. Além disso, os jogadores utilizavam estampas nas camisas com dizeres em prol da abertura política como “Diretas Já” e “Voto direto para presidente”. A Democracia Corinthiana conquistou dois Campeonatos Paulistas: 1982 e 1983.
Infelizmente, as decisões de tipo coletivo ruíram entre 84 e 85, dando abertura para o antigo tipo de comando do time ao técnico. Além disso, os times brasileiros já começavam a se espelhar no modelo de organização dos times europeus, colocando ponto final nesse momento histórico do futebol.
Títulos
Os anos 90 foram cheios de comemorações para os torcedores do clube: Campeão Brasileiro em 1990, 1998 e 1999; Campeão Paulista em 1995, 1997 e 1999; Campeão da Copa do Brasil em 1995.
A queda para a segunda divisão do Brasileirão de 2007 foi o episódio mais triste de sua história. No ano seguinte voltou para a série A, e em 2010 fez uma ótima campanha no Campeonato Brasileiro. Foi campeão do Campeonato Brasileiro em 2011, da Copa do Brasil em 2002 e 2009 e da Copa Libertadores da América e do Mundial Interclubes em 2012.